WARNING:
JavaScript is turned OFF. None of the links on this concept map will
work until it is reactivated.
If you need help turning JavaScript On, click here.
Esse mapa conceitual, produzido no IHMC CmapTools, tem a informação relacionada a: Mapa do professor pesquisador curador de artes visuais, O artista realizou uma pesquisa em três comunidades de Porto Alegre: no centro, Morro da Cruz e Lami, apontando as principais necessidades materiais e coletivas das mesmas. Propõe então, que os participantes representem, através da construção em madeira, do desejo mencionado. As obras estão expostas na 7ª Bienal do Mercosul, onde podem ser adquiridas pelos interessados, seguindo o requisito: poderá levar a escultura escolhida mediante a troca pelo objeto real que ela representa que, posteriormente, será entregue às pessoas que realizaram a obra. A ideia de construção, ampliação da obra "Operários" de Tarsila do Amaral, identifica-se na expressão social da proposta do artista Nicholas Floc'h, indo além da obra em si, partindo para a ação concreta, propondo também reflexões acerca dos valores atribuídos pela sociedade, interagindo com as comunidades participantes, com o público da Bienal e com os interessados na aquisição das obras. Depoimentos "A arte trazendo reflexões sobre os valores da sociedade, o valor material, o valor artístico, o valor humano..." - Tânia (36 anos), óleo sobre tela 42 x 30 cm "Pintura" 1989 Iberê Camargo, PROJETO : ESPERANÇAS DO POVO BRASILEIRO Exposição das representações das obras para apreciação dos alunos. Preparação dos visitantes através de uma conversação sobre os aspectos fundamentais a serem observados: a diversidade de artistas, os temas presentes nas obras, as técnicas utilizadas, o ano da obra, características marcantes. Através de questionamentos e discussões, a proposta é possibilitar a percepção da arte como tradução da realidade histórica do povo, da sociedade, retratando a vida, o cotidiano em diferentes épocas, através da sensibilidade e visão de vários artistas. Obras selecionadas, ???? OBRAS LEÓN FERRARRI "CARTA À UM GENERAL" 1963, Fonte: 1.bp.blogspot.com/.../s320/Mira+Schendel.jpg BIOGRAFIA Mira Schendel, nasceu em Zurique em 1919, mudou-se com a família para a Itália ainda criança e, no final da II Guerra Mundial, veio para o Brasil. Aqui, começou a trabalhar com cerâmica e pinturas, e, posteriormente, passou a criar obras em papel com técnicas inventadas por conta própria. Também na década de 1960, produziu desenhos por monotipia em papel-arroz. A artista faleceu em 1988, sendo homenageada com uma sala especial na 22ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1994. FONTE:, PROJETO: IBERÊ CAMARGO Apresentação da representação das obras selecionadas de Iberê Camargo. Durante a visitação, os alunos são questionados sobre as características marcantes das obras observadas, destacando o que há em comum entre elas, no que diferem, características das personagens, técnicas utilizadas... A curadora traz informações sobre o estilo do artista Iberê Camargo, destacando a presença dos elementos marcantes em suas obras, como os carretéis, ciclistas e idiotas. Ressalta também a preocupação de Iberê com a utilização de tintas que tornassem suas obras muito duráveis, perpetuando-as. O artista manuseava a tinta, sobrepondo grossas camadas em alto relevo. Após a exposição e debate sobre as obras e vida de Iberê, os alunos participarão de uma visita mediada à Fundação Iberê Camargo, onde poderão conhecer o acervo das obras do artista. Obras selecionadas, ???? ARTISTAS Fonte: 1.bp.blogspot.com/.../s320/Mira+Schendel.jpg, RELAÇÃO CONSTRUTIVA "A grande troca" Nicholas Floc'h - 2009, A obra Experiência Nº3 – O NEW LOOK A experiência Nº 3 foi precedida por longas reflexões envolvendo as preocupações de Flávio como arquiteto e urbanista, com o habitat do homem: sua cidade, sua casa e finalizando: suas vestes. A década de 50 já conhecia surtos de rebeldia em relação aos rígidos padrões ditados pela moda, principalmente do homem, no século 20. O movimento beatnik, os jovens rebeldes sem causa, de James Dean, Elvis Presley e os existencialistas franceses. Mas, no cotidiano formal a rigidez da moda persistia. Flávio rebelou-se contra a ditadura dos costumes que obrigava o homem nos trópicos vestir-se como se fosse enfrentar neve ou baixas temperaturas. Durante meses publicou no jornal “Diário de São Paulo”uma série de 39 artigos, fartamente ilustrados, tratando da história e evolução da moda sob o título “A moda novo homem” que ele pretendia publicar com o nome de “A dialética da moda”. Flávio distinguia na história da humanidade uma sucessão de épocas de apogeu e épocas de crise e depressão. Para cada tipo de época corresponderiam determinados padrões específicos. Às épocas de apogeu corresponderiam manifestações curvilíneas com cores vivas e alegres, com curvas impregnadas de sensualidade, fecundantes. Para as épocas de luto e crise corresponderia um padrão de formas de retas paralelas, de cores sóbrias e monocromáticas, antifecundantes. Estes padrões são encontrados na história e envolviam a arquitetura, a escultura, a pintura e naturalmente,a moda. Culminando com esta série de artigos, Flávio idealizou um novo traje, próprio para o homem dos trópicos, o habitante da “cidade do homem nu”, o homem despido de preconceitos e tabus. Mais leve, mais “ventilado” e, portanto, mais higiênico e saudável. E para mostrar sua viabilidade e suas qualidades idealizou um desfile, pelas ruas de São Paulo, com o novo traje que chamou de New Look. Para esta experiência, Flávio elaborou, com a ajuda de Maria Ferrara, figurinista do Balé IV Centenário, um conjunto formado por uma saia plissada acima dos joelhos, blusão (top), meia arrastão (emprestada pela atriz Maria Della Costa) e sandália de couro cru, além de um chapéu esvoaçante. Inicialmente tinham armações de arame para que o tecido não entrasse em contato com a pele. Este sistema não deu certo e foi retirado do modelo final. Para garantir a ventilação e evaporação do suor, foram feitos cortes especiais, principalmente debaixo dos braços. Além disso, usou também um tecido especial, recém lançado nos EUA e especialmente importado para a confecção do traje. Nos longos meses de planejamento, Flávio deu inúmeras entrevistas quando exaustivamente explicava as razões do lançamento do traje. A idéia inicial seria a de formar uma grande passeata com inúmeros integrantes vestindo o novo traje. Muitos amigos e personalidades já tinham se comprometido: Assis Chateaubriand, Clovis Graciano, Eleazar de Carvalho, Túlio de Lemos, Joaquim Pinto Nazário, entre outros. O cortejo seria “aberto por dois vagabundos de rua, com suas roupas em trapos...” Flávio além de apregoar os benefícios para o conforto, a higiene e a saúde dos homens que o novo traje traria, lembrava também que ele deveria ser multicolorido, libertando o homem do monocromatismo austero do terno e gravata e arrematava com um argumento irresistível: era muito mais barato e, portanto mais acessível. “... a vetusta estandartização cromática do vestuário do homem contemporâneo, vem de uma imposição da nobreza à burguesia, durante o século XVII, absurda de se continuar ostentando nos dias atuais [...] A roupa colorida naqueles tempos era privilégio dos nobres franceses para se diferenciar dos burgueses.” E complementava com uma afirmação”... o uso de uma grande variedade de cores tornará os homens menos irascíveis e obtusos.” Flávio jogava argumentos, às vezes fantasiosos, para comprovar suas teorias e também para atrair adeptos, além de suscitar assunto e interesse para os jornais e com isto sua experiência Nº 3 tornava-se popular e foi matéria quase obrigatória na imprensa durante meses. Por carta, recebeu o apoio de seus amigos Ungaretti e Alberto Moravia que da Itália se prontificavam em ajudá-lo numa eventual demonstração em Roma! J. Toledo, para dar uma idéia da ousadia de Flávio, relata que em agosto daquele mesmo ano, segundo reportagem do jornal “Última Hora”, um ourives húngaro, de meia-idade, foi preso, sob a alegação de atentado à moral pública, por estar andando no Viaduto do Chá,no centro da capital paulista, vestindo camisa de manga curta e short! Finalmente no dia 18 de outubro de 1956, Flávio, sozinho, (todos os amigos que haviam prometido participar do evento, desistiram ou arrumaram viagens urgentes...), com uma grande platéia de jornalistas (inclusive correspondentes internacionais), amigos e curiosos, saiu pelas ruas do centro de São Paulo, com o seu traje Nº 1, saiote verde e blusão amarelo. Percorreu algumas ruas, entrou em um bar e tomou um café oferecido pelo crítico Luiz Ernesto Kawall, na época repórter. Entrou no cine Marrocos, que normalmente exigia, não só terno, mas, obrigatoriamente a gravata, sempre seguido por numerosos populares. Parou nos Diários Associados, na Rua 7 de abril, e no saguão do jornal, subindo em uma mesa discursou para todos. Em seguida vestiu seu traje Nº 2, saiote branco e blusa vermelha e voltou para sua casa, na Rua Barão de Itapetininga, de carro. No dia seguinte, Flávio e seu New Look foram manchete em todos os jornais e uma semana depois, após inúmeras entrevistas, inclusive na TV e comemorações no Clubinho, Flávio embarcou para a Itália. Fonte: http://www.escritoriodearte.com/sob_um_ceu_tropical/flaviodecarvalho.asp A Arte no Rio Grande do Sull, A Fundação Iberê Camargo foi criada em 1995 com o objetivo de preservar e divulgar a obra do prestigiado pintor brasileiro. Além de aproximar o público deste que é um dos grandes mestres da arte no século XX, a instituição procura incentivar a reflexão sobre a produção artística contemporânea. A cada ano, são organizadas mostras, oficinas, cursos, seminários, encontros com artistas e estudos diversos sobre a obra de Iberê Camargo e sobre questões ligadas à arte contemporânea. A idéia é disseminar não apenas o legado artístico e intelectual de Iberê Camargo, mas promover uma reflexão sistemática sobre a contemporaneidade e o fazer artístico. A sede da Fundação foi projetada pelo arquiteto português Álvaro Siza, um dos cinco arquitetos contemporâneos mais importantes do mundo. O projeto recebeu o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza (2002) e é mérito especial da Trienal de Design de Milão. No Brasil, Siza foi agraciado com a Medalha de Ordem ao Mérito Cultural em 2007 e recebeu A RIBA Gold Medal, que é um dos prêmios mais prestigiosos da arquitetura. O prédio tem salas expositivas, átrio, reserva técnica, centro de documentação e pesquisa, Ateliê de Gravura, Ateliê do Programa Educativo, auditório, loja, cafeteria, estacionamento e parque ambiental projetado pela Fundação Gaia. A Fundação Iberê Camargo coordena o Projeto de Catalogação da obra de Iberê Camargo, que vem realizando uma ampla documentação e pesquisa a respeito da produção artística e intelectual do artista, bem como de documentos que nos falam de sua vida e obra. Seu Acervo está dividido em uma parte Artística e outra Documental. A primeira conta com mais de cinco mil obras, entre desenhos, guaches, gravuras e pinturas, enquanto a segunda abriga mais de 20 mil catálogos, recortes de jornais e revistas, fotografias, correspondências, cadernos de notas e matrizes. Estas obras são mantidas em uma reserva técnica especialmente projetada para a guarda de todo este grandioso material. O Ateliê de Gravura que pertenceu a Iberê Camargo se mantém ativo por meio do Programa Artista Convidado, que recebe nomes da arte contemporânea para desenvolverem gravuras utilizando, inclusive, a prensa alemã na qual trabalhava o mestre. Já o Programa Educativo visa ao atendimento do público da Fundação Iberê Camargo. Dirige-se aos professores e aos alunos dos ensinos infantil, fundamental, médio, superior e de educação de jovens e adultos (EJA), bem como ao público especializado e ao público em geral. Com orientação do Curador Pedagógico Luis Camnitzer, o Programa abrange a formação de mediadores, a capacitação de professores, a publicação de materiais didáticos, as visitas mediadas e as atividades práticas relacionadas às exposições, priorizando a obra de Iberê Camargo e a sede da Fundação como objetos de trabalho, mantendo o foco na arte moderna e contemporânea. Visão Ser um centro de excelência dedicado à obra de Iberê Camargo e à reflexão sobre arte moderna e contemporânea. Missão Preservar o acervo, promover o estudo e a divulgação da obra de Iberê Camargo, e estimular a interação dos públicos da Fundação com a arte, cultura e educação, a partir de programas interdisciplinares. http://www.iberecamargo.org.br/content/fundacao/default.asp EXPOSIÇÃO "PAISAGENS DE DENTRO" Paisagens de Dentro. Com curadoria de Icleia Borsa Cattani, a mostra olha para as paisagens produzidas pelo artista, ainda pouco estudadas. Indo desde o início de sua carreira até as últimas décadas, mostra paisagens geradas a partir do interior de seu sistema de signos e do interior de si mesmo. Segundo a curadora, o tema era recorrente no início da carreira de Iberê, entre as décadas de 1930 e 1950. Posteriormente, retornou nas pinturas mais recentes, mas sem tratar mais de uma representação de locus específico, e sim de um olhar para dentro. “Retomada e inovação, simultaneamente, signo e figura. Abstração do visível, projeção dos fantasmas. Utopia trágica”, escreve Icleia. Foi depois de 1980 que o artista retornou, aos poucos, à figuração, colocando imagens e signos não figurativos no mesmo espaço de representação. Com o passar dos anos, as figuras foram predominando, e a paisagem retornou – mas sem vínculos com imagens reais. “Trata-se de seres que representam a condição humana e que criam espaços à sua medida”, argumenta a curadora. Em seus últimos anos de vida, Iberê muitas vezes retratou as paisagens em suas pinturas por meio de uma simples linha do horizonte, que delimitava céu e terra. “Nas telas dos anos 90, as paisagens parecem ser geradas de dentro. De dentro do próprio pintor, de dentro dos corpos humanos presentes nas telas; como se fossem criadas à sua medida. Essa característica é notável até a sua última tela, Solidão”, destaca Icleia. Paisagens de Dentro fica em cartaz até 5 de setembro de 2010, no quarto andar da sede da Fundação, que fica na Av. Padre Cacique, 2000, em Porto Alegre. A entrada é franca. Fonte: http://www.iberecamargo.org.br/content/programacao/page.asp?cat_id=67&page_id=202, Fonte: www.guiame.com.br/.../materia/s_8712.jpg BIOGRAFIA León Ferrari argentino Nascido em Buenos Aires em 1920, estudou engenharia, mas passou a atuar como artista ainda na década de 1940, dedicando-se a diversos formatos e meios de expressão: escultura, pintura, desenho, assemblage, filme, colagem, mail art, poesia e som. Nos anos 1960, produziu uma série de obras em papel que criavam abstrações e explorações dos códigos da escrita. Mais tarde, agregou seus interesses formais a obras de conteúdo ligado à política. FONTE:, óleo sobre tela 180 x 213 cm "Ciclistas" 1989 Iberê Camargo, O Vento Para a 7ª Bienal do Mercosul, Sergio De Loof foi convidado a conceber e por em cena um desfile para celebrar a inauguração da Bienal. O desfile é parte da mostra Ficções do Invísivel, e se realizou no Armazém A4, no Cais do Porto, Porto Alegre, na sexta-feira, 16 de outubro de 2009. O desfile movimenta-se em um registro paradoxal. Sob um aparente barroquismo e excesso de formas, assinala a precariedade da existência, a carência econômica e a fragilidade da situação do artista. Recentemente, referido como "figura mítica do under portenho, a alma de bares, restaurantes e discotecas que foram convertidas em marcas de época, desenhista de moda fora das modas e, sobretudo, um artista admirado e discutido pela comunidade artística, capaz de produzir obras quase sem dinheiro, vendê-las por pouco valor e devolver à arte uma mística arrebatadora. Fonte: http://www.fundacaobienal.art.br/ Depoimentos "O desfile parece chique, como aqueles que a gente vê na televisão. Depois, quando eu vi aquelas roupas no chão, velhas, nem acreditei." - Bruno (10 anos), Enquanto Leonardo Da Vinci busca a fidelidade ao realismo para compor sua obra, retratando com riqueza de detalhes a cena em questão, utilizando inclusive recursos da ciência para isto, De Loof traz uma reflexão paradoxal da obra com a realidade, apresentando elementos de sucata, roupas e acessórios que normalmente não compõem os figurinos da moda atual, despertando para questões que envolvem a arte, economia, conceitos, valores. O artista traz a intenção da provocação ao pensamento crítico, à reflexão, numa proposta de desconstrução da normalidade. Propostas de atividades a serem desenvolvidas com os alunos à partir das obras:, Anunciação - 1472-1475 óleo sobre painel 98 x 217 cm Leonardo Da Vinci A obra Anunciação representa o momento em que o anjo Gabriel anunciava a Maria que seria a mãe de Jesus. Leonardo Da Vinci, considerado um dos maiores pintores de todos os tempos, renascentista, retrata, com riqueza de detalhes, os objetos, a paisagem e personagens envolvidos na cena. Utiliza-se de seus conhecimentos científicos das asas dos pássaros, para retratar com precisão as asas do anjo. Vídeo Leonardo Da Vinci: http://www.youtube.com/watch?v=q7iDqe8M-x4, "Traje Tropical New Look" Flávio de Carvalho A obra Experiência Nº3 – O NEW LOOK A experiência Nº 3 foi precedida por longas reflexões envolvendo as preocupações de Flávio como arquiteto e urbanista, com o habitat do homem: sua cidade, sua casa e finalizando: suas vestes. A década de 50 já conhecia surtos de rebeldia em relação aos rígidos padrões ditados pela moda, principalmente do homem, no século 20. O movimento beatnik, os jovens rebeldes sem causa, de James Dean, Elvis Presley e os existencialistas franceses. Mas, no cotidiano formal a rigidez da moda persistia. Flávio rebelou-se contra a ditadura dos costumes que obrigava o homem nos trópicos vestir-se como se fosse enfrentar neve ou baixas temperaturas. Durante meses publicou no jornal “Diário de São Paulo”uma série de 39 artigos, fartamente ilustrados, tratando da história e evolução da moda sob o título “A moda novo homem” que ele pretendia publicar com o nome de “A dialética da moda”. Flávio distinguia na história da humanidade uma sucessão de épocas de apogeu e épocas de crise e depressão. Para cada tipo de época corresponderiam determinados padrões específicos. Às épocas de apogeu corresponderiam manifestações curvilíneas com cores vivas e alegres, com curvas impregnadas de sensualidade, fecundantes. Para as épocas de luto e crise corresponderia um padrão de formas de retas paralelas, de cores sóbrias e monocromáticas, antifecundantes. Estes padrões são encontrados na história e envolviam a arquitetura, a escultura, a pintura e naturalmente,a moda. Culminando com esta série de artigos, Flávio idealizou um novo traje, próprio para o homem dos trópicos, o habitante da “cidade do homem nu”, o homem despido de preconceitos e tabus. Mais leve, mais “ventilado” e, portanto, mais higiênico e saudável. E para mostrar sua viabilidade e suas qualidades idealizou um desfile, pelas ruas de São Paulo, com o novo traje que chamou de New Look. Para esta experiência, Flávio elaborou, com a ajuda de Maria Ferrara, figurinista do Balé IV Centenário, um conjunto formado por uma saia plissada acima dos joelhos, blusão (top), meia arrastão (emprestada pela atriz Maria Della Costa) e sandália de couro cru, além de um chapéu esvoaçante. Inicialmente tinham armações de arame para que o tecido não entrasse em contato com a pele. Este sistema não deu certo e foi retirado do modelo final. Para garantir a ventilação e evaporação do suor, foram feitos cortes especiais, principalmente debaixo dos braços. Além disso, usou também um tecido especial, recém lançado nos EUA e especialmente importado para a confecção do traje. Nos longos meses de planejamento, Flávio deu inúmeras entrevistas quando exaustivamente explicava as razões do lançamento do traje. A idéia inicial seria a de formar uma grande passeata com inúmeros integrantes vestindo o novo traje. Muitos amigos e personalidades já tinham se comprometido: Assis Chateaubriand, Clovis Graciano, Eleazar de Carvalho, Túlio de Lemos, Joaquim Pinto Nazário, entre outros. O cortejo seria “aberto por dois vagabundos de rua, com suas roupas em trapos...” Flávio além de apregoar os benefícios para o conforto, a higiene e a saúde dos homens que o novo traje traria, lembrava também que ele deveria ser multicolorido, libertando o homem do monocromatismo austero do terno e gravata e arrematava com um argumento irresistível: era muito mais barato e, portanto mais acessível. “... a vetusta estandartização cromática do vestuário do homem contemporâneo, vem de uma imposição da nobreza à burguesia, durante o século XVII, absurda de se continuar ostentando nos dias atuais [...] A roupa colorida naqueles tempos era privilégio dos nobres franceses para se diferenciar dos burgueses.” E complementava com uma afirmação”... o uso de uma grande variedade de cores tornará os homens menos irascíveis e obtusos.” Flávio jogava argumentos, às vezes fantasiosos, para comprovar suas teorias e também para atrair adeptos, além de suscitar assunto e interesse para os jornais e com isto sua experiência Nº 3 tornava-se popular e foi matéria quase obrigatória na imprensa durante meses. Por carta, recebeu o apoio de seus amigos Ungaretti e Alberto Moravia que da Itália se prontificavam em ajudá-lo numa eventual demonstração em Roma! J. Toledo, para dar uma idéia da ousadia de Flávio, relata que em agosto daquele mesmo ano, segundo reportagem do jornal “Última Hora”, um ourives húngaro, de meia-idade, foi preso, sob a alegação de atentado à moral pública, por estar andando no Viaduto do Chá,no centro da capital paulista, vestindo camisa de manga curta e short! Finalmente no dia 18 de outubro de 1956, Flávio, sozinho, (todos os amigos que haviam prometido participar do evento, desistiram ou arrumaram viagens urgentes...), com uma grande platéia de jornalistas (inclusive correspondentes internacionais), amigos e curiosos, saiu pelas ruas do centro de São Paulo, com o seu traje Nº 1, saiote verde e blusão amarelo. Percorreu algumas ruas, entrou em um bar e tomou um café oferecido pelo crítico Luiz Ernesto Kawall, na época repórter. Entrou no cine Marrocos, que normalmente exigia, não só terno, mas, obrigatoriamente a gravata, sempre seguido por numerosos populares. Parou nos Diários Associados, na Rua 7 de abril, e no saguão do jornal, subindo em uma mesa discursou para todos. Em seguida vestiu seu traje Nº 2, saiote branco e blusa vermelha e voltou para sua casa, na Rua Barão de Itapetininga, de carro. No dia seguinte, Flávio e seu New Look foram manchete em todos os jornais e uma semana depois, após inúmeras entrevistas, inclusive na TV e comemorações no Clubinho, Flávio embarcou para a Itália. Fonte: http://www.escritoriodearte.com/sob_um_ceu_tropical/flaviodecarvalho.asp, óleo sobre tela 53 x 64 cm "Colonas" 1940 Emiliano Di Cavalcanti, PROJETO : ESPERANÇAS DO POVO BRASILEIRO Exposição das representações das obras para apreciação dos alunos. Preparação dos visitantes através de uma conversação sobre os aspectos fundamentais a serem observados: a diversidade de artistas, os temas presentes nas obras, as técnicas utilizadas, o ano da obra, características marcantes. Através de questionamentos e discussões, a proposta é possibilitar a percepção da arte como tradução da realidade histórica do povo, da sociedade, retratando a vida, o cotidiano em diferentes épocas, através da sensibilidade e visão de vários artistas. Obras selecionadas, "Retirantes" Candido Portinari Candido Portinari, óleo sobre tela 73,4 x 60,5 cm "Imigrante lituano" 1930 Paulo Rossi Osir