Um dos problemas com o modelo de Rutherford era que este não permitia explicar a forma como os átomos devolviam ao meio a luz que incidia sobre eles. Com a ajuda de um espectroscópio, aparelho cujo cerne é um prisma, a luz irradiada pelos átomos aparecia na forma de raias(linhas paralelas) com cores (frequências) variadas. O conjunto dessas raias é denominado espectro atômico e é característico para cada átomo.O espectro atômico mais simples – já conhecido à época – é o do gás de hidrogênio, que tem cinco conjuntos (séries) de raias. Aquelas que estão na região da luz visível foram determinadas, pela primeira vez, em 1853, pelo físico sueco Anders Ångström (1814-1874). Com base nessas medidas, o matemático suíço Johann Balmer (1825-1898) obteve uma fórmula, em 1885, que determinava a frequência de cada uma das raias em função de números inteiros. Três anos depois, de forma independente, o físico sueco Johannes Rydberg (1854-1919) encontrou fórmula parecida, para obter a cor das raias dos chamados metais alcalinos (lítio, sódio, potássio e rubídio). Em 1908, uma regra geral para determinar todas as séries espectrais descobertas empiricamente para o hidrogênio foi estabelecida pelo físico suíço Walter Ritz (1878-1909). No entanto, o entendimento do significado dessas fórmulas, bem como das cores e da descontinuidade das raias, teria que esperar um desenvolvimento-chave: um modelo atômico mais elaborado que o de Rutherford. FONTE: Rocha, J.F.M.; Moreno, R.R de M., O àtomo quântico, Ciência Hoje, n 305, V.51. p. 58-59