A metáfora conceitual: uma visão cognitivista
Sérgio N. de Carvalho- UERJ/EN/UNESA
Ao fazermos uma leitura das obras sobre as figuras de linguagem de alguns anos atrás, observaremos que os estudiosos da metáfora seriam unânimes em afirmar que aquela sempre esteve ligada à poesia e à retórica (visão tradicional), diferentemente do que constatamos hoje. No próprio Aristóteles, o primeiro estudioso do assunto, já encontrávamos a afirmação de que a metaphorá tinha um pé em cada campo. (FILIPAK, 1983). Fazia-se uma distinção clara entre a linguagem poética e a linguagem do dia-a-dia, onde a primeira era vista como um dom especial dos poetas, por exemplo, e a segunda como a linguagem de todos.
A partir des novos estudos da metáfora, podemos entender a metáfora a partir de duas vertentes principais: a metáfora lingüística ( estruturam os sistemas coneituais a partir do que compreendemos do mundo e da forma como agimos nele), que seria aquela que se materializa verbalmente pelo falante de uma língua e a metáfora conceitual, aquela estruturada no pensamento humano (Lakoff &Johnson, 1980) . As metáforas lingüísticas podem ser classificadas, tradicionalmente, como: “mortas” (dead) e “vivas” (live). Desta feita, a chamada “metáfora morta” é aquela que, na verdade, não é mais uma metáfora e sim, uma simples expressão que não tem mais um uso metafórico. Assim sendo, um leitor competente de inglês não compreenderia a expressão tão familiar “falling in love” (estar/ficar apaixonado) como uma metáfora (BLACK, 1979).
Dentre as máximas tradicionalmente atribuídas à metáfora (POLLIO, SMITH, POLLIO, 1990) destacamos:
1- figuras de linguagem tais como: metáfora, oxímoro, símile, ironia, etc., são eventos lingüísticos especiais que não ocorrem freqüentemente na fala, escrita ou pensamento;
2- o uso figurado não é útil conceitualmente: quando usado, tem o papel de ludibriar o pensamento ou de embelezar as idéias prosáicas;
3- linguagem figurada, anomalia, tolice, e uso literal são categorias psicológicas distintas da linguagem;
4- a paráfrase de uma figura de linguagem tem o mesmo significado da própria figura original;
5- a linguagem figurada depende e/ou origina-se da linguagem literal;
6- as crianças não entendem ou usa da linguagem figurada até a idade 11 a 12 anos;
7- há universais figurados que existem nas línguas, eras históricas e agrupamentos culturais.
Entretanto, muitos pesquisadores afirmam que a linguagem comum, aquela usada pelo homem no seu cotidiano, é plena de metáforas. Usamos essas metáforas de forma tão natural que não nos apercebemos de sua existência (COHEN, 1979:05; LAKOFF e JOHNSON, 1999). Coracini (1991) afirma que mesmo a linguagem científica, que supomos ser literal, é rica em metáforas. Nas ciências biológicas, as células são classificadas como idosas, mães, filhas, companheiras (CORACINI, ibid).
A observação de que a linguagem é impregnada de metáforas levou muitos estudiosos a terem uma nova visão de mente. A metáfora começa a ser vista como um elemento importante no processo de entendimento da própria compreensão humana e não mais como um simples ornamento do discurso (LAKOFF e JOHNSON, 1980, 1999; ORTONY, 1993; Kövecses,2003).
Segundo Lakoff e Turner (1989), a metáfora é uma figura de linguagem que compara seletivamente destacando as qualidades de um sujeito consideradas importantes para aquele que a usa. Para eles, a metáfora é uma ponte que liga domínios semânticos diferentes fazendo, assim, com que percebamos novos caminhos para a compreensão do sujeito. A metáfora é uma maneira de expandir os significados de palavras além do literal ao abstrato e uma maneira de expressar o pensamento abstrato em termos simbólicos.
Pollio et al (1990) comentam que o processo de construção da metáfora parece se dar na tentativa de fazer o mundo abstrato compreensível ou em trazer o mundo para dentro de nós mesmos ou de irmos até ele.
Cacciari (1998) diz que o ser humano ao pensar em proferir uma sentença, ele tem a sua disposição várias escolhas entre elas a de que forma ele deseja se expressar: literalmente, ironicamente, metaforicamente entre outras. Entretanto, muito pouco é conhecido sobre o que leva o sujeito a escolher o registro preferido. Assim sendo, a metáfora lingüística desempenha um papel importantíssimo no nosso discurso diário e no processo de formação do nosso pensamento (HIPKISS, 1995; GIBBS, 1994, LAKOFF, 1987 e TURNER, 1991, 1996 In: CACCIARI, 1998).
A função da metáfora é, assim, a de estender as capacidades de comunicação e conceitualização do ser humano. A metáfora é uma “janela” para os sistemas do conhecimento que são relevantes e centrais em uma determinada cultura.
Dentre todos esses atributos conferidos à metáfora, cabe, também, ressaltar que aquela carrega com ela argumentos emocionais que nos levam a tomar alguma ação ou pelo menos dar apoio àqueles que a usam (MIO et al, 1996). Enfim, a metáfora é vista como um elemento de elo entre os argumentos lógicos e emocionais. Como tal, ela nos dá aquele sentimento de que estamos nos comportando racionalmente, embora possa não ser a verdade. Esta capacidade da metáfora de persuadir as pessoas tem apoio de vários pesquisadores como Bowers e Osborn, 1966; Read et al, 1990 e Reinsch, 1971, conforme afirma Mio (1996). No entanto, outros não atribuem tanta eficácia à sua função de persuasão como Bosman e Hagendoorn, 1991. E, ainda, outros atribuem à ela um mecanismo de persuasão somente para certos tipos de pessoas (BOSMAN, 1987; JOHNSON e TAYLOR, 1981 In: MIO, 1996).
Como podemos observar, existem vários pontos positivos sobre o papel da metáfora lingüística no que diz respeito à comunicação. Entretanto, a verdadeira quebra de paradigma dos estudos da metáfora foi além dos seus “elogios” em termos do seu papel lingüístico/comunicativo, introduzindo a noção de que mais do que uma figura de linguagem, uma metáfora de pensamento. Caberia, agora, as seguintes perguntas: 1) Como o lingüista cognitivo passa da metáfora lingüística para a metáfora conceitual? 2) Existe um procedimento claro para se identificar uma metáfora conceitual quando se encontra uma linguagem metafórica? Essas perguntas, sem dúvida, fazem uma ponte e ao mesmo tempo, restringem mais e mais a relação entre metáforas lingüísticas e conceituais (STEEN, 1999). Acredita-se como um ato de fé que determinadas metáforas na linguagem refletem determinadas metáforas no pensamento. Isto não quer dizer que não existam elementos lingüísticos apoiando as metáforas conceituais. Esta afirmativa se evidência através dos exemplos clássicos em Lakoff e Johnson, 1980; Johnson,1987; Lakoff, 1987; Turner, 1987; Lakoff e Turner, 1989; Lakoff, 1993.
Aparece, então, a Teoria da Metáfora Conceitual, em 1980, com o livro Metaphors we live by de Lakoff e Johnson, ondes os autores começaram a discutir a natureza e a estrutura da metáfora sob essa nova perspectiva: ela é conceitual e tem grande influência em boa parte do pensamento e raciocínio do ser humano. Eles contestam os pressupostos até então estabelecidos de que toda a linguagem convencional é literal, tudo pode ser descrito e entendido sem usar metáforas, apenas a linguagem literal pode ser falsa ou verdadeira (LAKOFF, 1993). Um exemplo de conceito metafórico é o da metáfora do canal, proposta por Reddy (1979), autor que teve influência sobre a obra dos primeiros (PAIVA, 1989). De acordo com essa metáfora:
As expressões lingüísticas (palavras, sentenças, parágrafos, livro, etc) são comparadas a vasos ou canais nos quais pensamentos, idéias, sonhos são despejados e dos quais eles podem ser retirados exatamente como foram enviados, realizando uma transferência de posse. (GREEN, 1989 IN: PAIVA, 1998).
Ex: Não consigo pôr minhas idéias em palavras.
Quem te deu essas idéias.
Até que enfim você está conseguindo passar suas idéias
para mim.
Esse livro não traz muita coisa.
Suas palavras não estão carregadas de convicção.
Zanotto (1998, In: PAIVA,1998) diz que Green tem uma
explicação muito feliz para essa metáfora da linguagem
ordinária:
Admite-se comumente que a linguagem constitui um veículo para o
pensamento, que as palavras expressam pensamentos e fazem isso
univocamente. Então você tem um pensamento, põe esse pensamento em
palavras, que levarão o pensamento, e qualquer pessoa racional e sensata
que conheça a linguagem será capaz sem esforço de ver seu pensamento, de
pegar sua idéia
Baseado na visão cognitivista da metáfora ( conceitos abstratos de natureza cognitiva que subjazem ao pensamento humano, norteando, assim, a linguagem e a maneira do ser humano ver o mundo e de se referir aos objetos que lhe acercam), podemos identificar um grande número de metáforas conceituais, por exemplo:
A RAIVA É UM FLUIDO EM UM RECIPIENTE
A medida que ele falava, a minha raiva ia subindo. (Gibbs, 1944b)
O CORPO DA MULHER É COMIDA
Você vai posar nua. Vai pendurar a bisteca num gancho. (Neves, 1998)
TEMPO É DINHEIRO
Economize seu tempo. (Lima, 1999)
4-
IMPORTANTE É GRANDE Aqui está a grande questão que quero colocar para você.(Graddy, 1997b)5-DESEJAR É TER FOME
He is hunfry for recognition. (Lima, 1999)
6-O SOLO / A TERRA É O PAÍS ( do filme Muito além do jardim/Being there, em inglês)
(Tolentino, 1990, Gibbs, 1999
Terra natal; trair sua terra (Lima, 1999)
7-UM HOMEM DE NEGÓCIOS É UM JARDINEIRO
Ele colhe opiniões, prepara o terreno ( Ibid, 1999)
8-A RAIVA É UM COMPORTAMENTO ANIMALESCO
Bite your head off. ( Nayak & Gibbs, 1990)
9-A RAIVA É UM FLUIDO AQUECIDO SOB PRESSÃO
Blow your stack. (Ibid, 1990)
10-
A MORTE É UMA VIAGEM Fulano partiu desta para melhor. (Lima, V. (orgs), 1998)As metáforas são mapeamentos entre domínios conceituais: do domínio fonte para o domínio alvo. Assim sendo, levamos de um domínio para o outro nossos extensos conhecimentos sobre o domínio fonte e todas as inferências que podemos fazer nesse domínio para o domínio alvo. A estrutura DOMÍNIO ALVO É DOMÍNIO FONTE, em caixa alta, é usada como forma mnemônica de nomear esses mapeamentos metafóricos. Não confundir o nome do mapeamento com o próprio. Mapeamento é o conjunto de correspondências conceituais. Por exemplo, a forma mnemônica TEMPO É DINHEIRO se refere ao conjunto de correspondências conceituais entre TEMPO e DINHEIRO.
Enquanto fenômeno, a metáfora envolve tanto os mapeamentos conceituais quanto as expressões lingüísticas. Porém, da perspectiva da teoria da metáfora conceitual, a língua é secundária, no sentido em que é o mapeamento que sanciona o uso da linguagem e dos padrões de inferência do domínio fonte para o domínio alvo (LAKOFF, G. In: ORTONY. A,1993). Porque o foco de interesse é o mapeamento, o termo metáfora (termo aplicado tradicionalmente na poesia) refere-se ao mapeamento e não às expressões lingüísticas metafóricas. De forma que quando os teóricos falam na metáfora TEMPO É DINHEIRO, eles se referem ao mapeamento conceitual e à sua realização verbal; quando falam em expressões metafóricas, estão fazendo referência às expressões lingüísticas licenciadas pelo mapeamento (ex.:Economize seu tempo; Não tenho tempo suficiente para gastar com você. O sistema conceitual do homem, portanto, surge da sua experiência com o próprio corpo e o ambiente físico e cultural em que vive. Tal sistema, compartilhado pelos membros de uma comunidade lingüística, contém metáforas conceituais, sistemáticas, geralmente inconscientes e altamente convencionais na língua - i.e., várias palavras e expressões idiomáticas dependem dessas metáforas para serem compreendidas (LAKOFF e TURNER, 1989:51)
Lakoff e Johnson (1980:57-58) nos mostram que grande parte das metáforas está relacionada à nossa orientação espacial - noções como em cima - embaixo, dentro - fora, frente - atrás, centro - periferia - que emerge do fato de termos um corpo como que temos e interagirmos como interagimos com o nosso ambiente físico. Por exemplo, a noção EM CIMA emerge porque quase todo o movimento que fazemos (e.g., ficar de pé, deitar para dormir) envolve um programa motor que muda, mantém ou pressupõe a orientação EM CIMA-EMBAIXO. Essa noção gera um numero grande de metáforas, tais como:
ALEGRIA É PARA CIMA / TRISTEZA É PARA BAIXO:
Ex.: Hoje estou me sentindo pra cima; Você está de alto astral; Estou na fossa; Ela está pra baixo hoje.
E VIRTUDE É PARA CIMA / DEPREÇÃO É PARA BAIXO:
Ex.: Marta tem um alto padrão de comportamento;
Maria tem uma mente superior; Este foi um truque baixoDe acordo com a teoria, experiências físicas diretas como essas não são, entretanto, inerentes ao tipo de corpo que temos, mas envolvem certos pressupostos culturais. No exemplo dado, a noção de verticalidade (EM CIMA-EMBAIXO) envolve o fato de vivermos um campo gravitacional com o que vivemos. Alguém que vivesse em condições diferentes no espaço sideral, por exemplo, sem outro tipo de experiência, não teria a mesma noção espacial (ibid:57). Entretanto, apesar de toda experiência ter uma base cultural, ainda é possível fazer uma distinção entre experiências mais físicas (como levantar) e experiências mais culturais (como participar de uma cerimônia de casamento).
Da mesma forma que a experiência do homem com o seu próprio corpo fornece rico subsídio para compreender conceitos em termos orientacionais (metáforas orientacionais). Por exemplo, MAIS É PARA CIMA (MORE IS UP), FELIZ É PARA CIMA (HAPPY IS UP). A experiência com objetos e substâncias físicas dá origem a metáforas ontológicas, que ajudam a entender outros conceitos envolvendo mais que mera orientação, como eventos, emoções e idéias. Identificamos nossas experiências como entidades ou substâncias que, como tais, podem ser categorizadas, agrupadas e quantificadas. Por exemplo, experienciamos nosso corpo como um recipiente, que tem limites (a pele) e orientação DENTRO - E - FORA (o resto do mundo está fora). A partir dessa experiência, a noção DENTRO-E-FORA é projetada para outros objetos físicos que têm limites, bem ou mal delineados, tais como uma sala (ex.: Entrei em sala) ou uma clareira na floresta (e.: Ficaram a noite inteira numa clareira da floresta), e uma série de outras coisas, tais como campos visuais (ex.: Ela saiu do meu campo de visão), eventos (Ex.: Eles estão fora da competição) e, atividades (Ex.: Entrei neste campo há 2 anos), que passam então a ser vistos também como recipientes com partes internas, externas e limites.).
Segundo Steen (1999), o que se inscreve nos seus questionamentos em termos de mapeamentos conceituais é os passos que levam os lingüistas à chegar a esses mapeamentos à partir de expressões metafóricas no discurso. Passos esses, ainda, segundo Steen (ibid,1999), inevitáveis quando se vai da identificação da metáfora lingüística para a conceitual. Steen sugere os seguintes passos:
1- identificação do foco da metáfora - (metaphor focus identification)
2- identificação da idéia metafórica - (metaphorical idea identification)
3- identificação da comparação não-literal - (nonliteral comparison identification)
4- identificação da analogia não-literal - (nonliteral analogy identification)
5- identificação do mapeamento não-literal - (nonliteral mapping identification)
Os três primeiros passos respondem às perguntas O que é...? (1) qual é o foco da metáfora, (2) qual é a propsição da metáfora? E (3) qual é a comparação metafórica? A questão 4 é a mais difícil, pois ela requer o preenchimento de espaços vazios na analogia com base na interpretação de foco e identificação de veículo interagindo mutuamente. Contexto e uso de linguagem “default” podem ser a resposta para essa questão. Essa resposta deve ser vista como um alicerce para a construção de um mapeamento não-literal, que por sua vez deverá ser examinado no discurso confiável da lista, mas sem dúvida alguma, essencial para se entender a metáfora como um conjunto de correspondência conceitual. Quanto ao passo 5, o autor menciona que aquele atua como o verificador do passo 4, detalhando suas conseqüências de uma maneira mais complexa e explícita.
Assim sendo, falar e entender metáforas só é possível porque existem metáforas no sistema conceitual humano. Seu uso é automático, não exigindo, portanto, esforço de interpretação, fazendo parte do modo de pensar de uma comunidade lingüística (Lakoff e Johnson, 1980:210). Desta feita, na visão objetivista (conhecemos o mundo por meio dos objetos que o constitui; entendemos esses objetos por causa dos conceitos inerentes a eles e por meio das relações existentes entre eles; as palavras têm significados fixos; o conhecimento “objetivo” é o conhecimento real, verdadeiro) “diferir” em digerir uma idéia, por exemplo, não é mais vista como uma palavra metafórica, e sim, literal, homônima de uma outra palavra digerir. A visão tradicional não nega a sua origem metafórica, mas entende que, uma vez convencionalizada, digerir morreu como uma metáfora e congelou seu significado metafórico antigo como um novo significado literal (ibid:211-212). Entretanto para a lingüística cognitiva, a chamada linguagem literal está repleta de metáforas e de forma sistemática. De forma que digerir uma idéia não é uma metáfora isolada, mas parte de um grupo de outras expressões em que idéias são faladas em termos de comida (ibid:46). Resumindo, existem, segundo Lakoff e Johnson (1980) as semelhanças, mas não podem estar baseadas em conceitos inerentes. As semelhanças surgem como resultado de metáforas conceituais e devem, portanto, ser consideradas interacionais e não inerentes. Estaríamos, assim, ampliando nossas habilidades em entender certos aspectos importantes da nossa interação com o mundo e da nossa realidade:
O que ele me disse me deixou com um gosto ruim na boca
O que temos nesse papel não passam de fatos crus, idéias meio cozidas e teorias sub-aquecidas.
Não dá par engolir nenhuma dessas idéias.
Ele devorou o livro.
Por trás dos mitos do objetivismo e do subjetivismo, há a motivação humana para o entendimento do mundo externo e de seus aspectos internos, respectivamente. Na visão experiencialista, essas duas formas de entendermos o mundo não são, necessariamente, opostas. O que difere do modo de pensar experiencialista é o fato de separar o homem do meio. Para o objetivismo, o homem deve controlar o meio, para o subjetivismo, o homem deve vencer a alienção que o separa do meio e de outros homens. O mito experiencialista vê o homem como parte do meio em uma realção de transformação mútua por meio da interação constante de negociação, tendo como conseqüência o entendimento.
Ao concluirmos, podemos dizer que a metáfora não é apenas uma questão de simplesmente palavras. Ao contrário, o pensamento humano é fortemente metafórico. A expressões lingüísticas existem porque há metáforas no nosso sistema conceitual. A sua essência é de experienciar uma coisa em termos de outra. Assim, as metáforas são analisadas como relações estáveis e sistemáticas entre domínio -alvo e domínio- fonte. A estrutura conceitual e a linguagem do domínio-fonte são usadas para retratar uma situação no domínio-alvo. E essa correspondência entre esses domínios é entendida como estrutura de conhecimento que fica dentro da memória
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